sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

..notícia triste...

...telefone a tocar, é a Paulinha! Hum, que andarão a combinar? Não, desta vez não é para combinarmos nada, é para me dar uma notícia triste, daquelas que nos deixam sem respirar. O Paulo C.? Pergunto outra vez. Sim, responde-me ela. Não quero acreditar, é mau de mais para ser verdade. O Paulo suicidou-se!
Adoro viver, mesmo em momentos difíceis acredito sempre que depois da tempestade vem a bonança. Nunca consegui perceber o que pode levar uma pessoa a tomar uma atitude tão radical. Coragem ou cobardia? Não sei, só pode ser um desespero e um vazio muito grande, uma dor interminável, uma desacreditação insuperável, não sei...felizmente nunca cheguei sequer próximo.
A verdade é que dos amigos de adolescência foram três os que decidiram terminar a sua própria vida, o prazo foi determinado por eles, num acto egoísta terminaram com o bem mais precioso: a vida. Desistiram! Provavelmente em busca de paz, em busca de qualquer coisa que não encontraram por cá, ou simplesmente em busca de nada, em desespero...desistiram. Não posso julgá-los, quem sou eu para fazê-lo. Tenho só pena de não terem tido a coragem de ficar, de viver...
Marta, Tito e Paulo, três excelentes amigos, penso que todos tentaram dar o vosso melhor. Em comum houve sempre um vazio, um descontentamento, algo mais profundo. Os dois últimos conheci-os muitíssimo bem. No fundo não sei se isto foi uma surpresa, e a Paula relembrou-me isso mesmo, lembro-me de ter várias vezes dito que um dia voçês iam desistir. E não é que desistiram mesmo. Eu nunca vou desistir da vossa lembrança, dos bons momentos que passámos juntos, e foram muitos. Gosto sempre de recordar as pessoas com sorrisos, e o vosso ficou comigo, aberto e honesto. Não cheguei para colmatar o vosso vazio, mas sei que cheguei bem perto de voçês. A ti Tito obrigado pelas boas horas de galhofa, pelo bom colega de foste, ensinaste-me a ser melhor. Ao Paulo quero que saibas que foste a minha primeira paixão de adolescente e que esse lugar é sempre teu e que, passados todos estes anos ,ainda não descobri ninguém que gostasse tanto de pão sem nada como tu.
Todos voçês escolheram a praia para o último momento. Para o Paulo sei que aquela praia sempre significou muito, escolheste um lugar onde a nossa vida começou, onde tanto rimos, onde todos numa adolescência magnífica fomos felizes! Sentimento estranho...espero que estejam em paz....

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