domingo, 29 de março de 2009

Portas e janelas

Quantas vezes batemos com a porta, com toda a nossa força empurramos a porta e seguimos viagem. Lá vamos nós em frente, que muitas vezes depois de bater com a porta abre-se uma janela! Até aqui tudo bem, por vezes a brisa fresca que entra por essa janela é a verdadeira lufada de ar fresco. Uma brisa fantástica que nos faz acreditar que fechar a porta foi o melhor que se podia ter feito! O sorriso volta, as emoções reavivam-se e não mais pensamos em portas e janelas, ou melhor mantemos-las bem fechadas para não deixar a felicidade fugir! Este é o cenário perfeito, bem isoladas, sem que qualquer acção exterior possa perturbar.
Outras vezes batemos com a porta, com a mesma força e convicção, convencidos que a porta se fechou de vez. Lá seguimos até ao ponto da abertura da janela. Quando finalmente essa janela se abre, qual não é o nosso espanto, ao percebermos que estamos a ser vítimas de uma qualquer corrente de ar desagradável. Daquelas que nos deixam doentes, quase sem respirar! O que é que correu mal? Na verdade a abertura da janela seria o caminho certo. Voltamos atrás para percebermos o que se passou, e descobrimos o inesperado. Apesar de toda a convicção com que batemos a porta ela não se fechou, está somente encostada, ficou entreaberta. Obviamente a corrente de ar tinha de ter uma explicação! Por ali ficamos de volta da teimosa porta e descobrimos que talvez exista ali um erro de carpintaria. Empurramos, forçamos, sempre do lado de fora, que entrar seria um grande risco! Nada! O material tem sempre razão, por mais que se tente a porta teima em simplesmente ficar encostada. Uma vez e outra, até à exaustão, que uma porta entreaberta não é nada seguro. Se não há acasos tem de haver uma explicação e o melhor é arriscar perceber o porquê! Temos sempre a hipótese de tentar viver com a porta entreaberta ou arriscamos entrar calmamente. Se entrarmos podemos sempre tentar fechar a janela, evitar a corrente de ar, e tentar fechar a porta por dentro. Entrar é o risco, o risco de voltar atrás. É um enorme risco contrariar vendavais e resolver problemas de carpintaria, mas talvez seja um risco maior não entrares no sítio onde foste feliz...
É tua a decisão de voltar! Não há o certo e o errado, há simplesmente sítios onde somos felizes. Há situações onde por muito que apareça a janela, nós vamos ficar colados à porta! Arrisca e se tiveres de bater novamente com a porta assegura-te que ficou fechada de vez. Até lá saboreia e sê feliz...

1 comentário:

  1. És unica! Só tu te lembrarias de juntar portas, janelas e amor. Continua a escrever.

    ResponderEliminar