quinta-feira, 9 de abril de 2009

Não quero ser fantástica...

Se fizer as contas concluo que devem existir três ou quatro pessoas que realmente me conhecem. Pessoas que conhecem a minha essência, que conseguem chegar ao meu "eu", que sabem se estou bem ou mal, que conseguem pôr o dedo na ferida. Conhecem-me! Com isto parece que uso uma qualquer carapaça para me esconder, nada disso! Não tenho absolutamente necessidade nenhuma de me ocultar, de disfarçar o que sinto. Pura e simplesmente as pessoas vêem-me sempre com um sorriso, cheia de optimismo e confundem aquilo que sou com a imagem que passo. Não que queira passar uma imagem desfasada da realidade, mas na verdade de nada me serve anunciar as minhas mágoas aos sete ventos, ninguém pode vivê-las por mim. Posso desabafá-las com quem me é mais chegado mas não as divulgo ao mundo, e mesmo quando o faço tento sempre ver o lado caricato da situação. Na verdade, mesmo quando os alicerces estão destruídos o sorriso mantém-se. E acredito com optimismo que qualquer alicerce que tenha sido vítima de um terramoto tem a possibilidade de ser reconstruído, e com tempo pode mesmo tornar-se numa obra de sucesso.
Só muito poucos conseguiram chegar às minhas fundações, também poucos conseguiram abanar a estrutura, isto é como os grandes projectos arquitectónicos e de engenharia, ficam guardados para quem os entende e não há necessidade de serem mostrados, são parcialmente e faseadamente divulgados ao longo da obra a quem a executa!
Só tenho pena que algumas pessoas continuem a achar que sou fantástica, que apesar de não terem sequer a capacidade de chegar aos pilares da minha estrutura, insistam em olhar para minha imagem exterior sem questionar que também lá vive um coração, que há uma parede mestra. As pessoas tendem a estreitar laços de amizade e confiança com pessoas decididas, optimistas e com grande sentido prático, é por estas que muitas vezes despertam atenção, é por estas que se recusam a pensar que também estas têm fragilidades. Amizades que muitas vezes não podem caminhar num outro sentido! Este ser, aparentemente fantástico, já se interessou por alguém que lhe respondeu que era demasiado fantástica para poder ficar com ele. A luta de egos, a insegurança de saber que também outros lhe recorriam por ser fantástica. É caso para perguntar: de que me serve ser fantástica? Fico à espera de quem não me veja como fantástica, mas como aquilo que sou, tão humana e sensível como qualquer comum mortal! Quanto ao sentido prático e ao sorriso não quero decerto perdê-los, vão fazer-me falta pela vida!

1 comentário: