terça-feira, 21 de abril de 2009

Silicone

Olha lá como estão perfeitinhas! Toca lá, é super natural. Olha-me a minha vida! Isto devia ser o sonho de alguns dos meus amigos, mas isto de uma gaja querer que eu lhe apalpe as novas mamas é no mínimo estranho!
Viva o silicone, silicone e mais silicone! Até a outra que tinha orgulho em ter umas maminhas naturais se rendeu! Diferem em tamanho mas o modelo é sempre igual, agora em forma de pêra para parecer mais natural. Uma achou que estava perfeita, a outra arrependeu-se e resolveu tirar e pôr um pouco menos. Um sonhava com umas belas mamas e ela fez-lha a vontade, novo ânimo. Porém, outro ficou bastante irritado com as novas mamas da namorada. Nunca admitiu se se deve ao facto de assim ela chamar mais a atenção dos olhares masculinos, ou, se como diz ,irritou-se com o facto de ela agora ter umas mamas iguais a tantas outras e muito pouco naturais.
Enfim, silicone! Uma das palavras que mais ouço por dia. Mundinho fútil, onde a imagem é mais que tudo e a auto estima é muito baixa. O silicone dá-lhes um ânimo momentâneo até acharem um novo defeito, que depressa vão corrigir numa busca incessante pela perfeição. Umas ganham alguma graça, outras perdem toda a graça que tinham. E à medida que o tempo passa algumas caiem em desgraça. Neste mundinho desgraçado onde a futilidade impera os cirurgiões corrigem o que podem, o que fica por corrigir cabe-me a mim disfarçar. Pena que com tanta correcção a muitas não se possa corrigir o cérebro. É o desfile de estrelas recauchutadas onde o silicone e o botox impera e a insatisfação permanece! Faz-me pena que a embalagem que nunca é perfeita seja sempre a ponto de partida. Amigas, a perfeição não existe, ninguém acredita nisso ou procura semelhante coisa. Melhorar é bom, deixar de ser quem somos é cair em desgraça. E viver com um bibelot deve ser altamente maçador! Defeitos todos temos, coisas que gostamos menos também, mas dai a tornarmos-nos em bonecas...
Hoje foi o dia do silicone, entre as felizes e as menos felizes limitei-me a ouvir e a sorrir: felizmente não quero, não preciso, enquanto a lei da gravidade não der cabo delas, considero-me bastante satisfeita com as mamas que tenho!

Sem comentários:

Enviar um comentário