segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Camelo Feliz procura oásis

De tempos em tempos tenho de aturar uma louca que resolve contar-me a sua vida amorosa.
Mal olho percebo no imediato se está em fase acompanhada ou só. Quando está na fase acompanhada até que a conversa é simples: vai contado alegremente todos os seus feitos e mais parece que a sua vida é a melhor do mundo. No meio da conversa faz sempre questão de pôr a pergunta: então e tu miúda ainda estás sozinha?! Ai que nervos! Será que esta gaja no meio de toda a sua pseudo felicidade efémera quer saber de mim ou quer mesmo lembrar-me, de como ela diz, que sou uma encalhada! Nem quero saber, queria mesmo era não ser obrigada a levar com estes números de circo, onde ainda não percebi quem veste o papel de palhaço!
Enfim, hoje foi dia!
Pior que tudo é que a dita senhora está na fase só! Mais uma vez abandonada! Perdi a conta ao numero de vezes que esta cena se repete, mas também digo que se fosse homem não a aturava mais de uma semana. Pois hoje lá tive de ouvir: que não tem sorte nenhuma, que os homens são todos iguais, que são todos uma merda, blah..blah..blah....
E chega à fase em que eu pergunto: mas que mal fiz eu para ter de ouvi isto! Estou a chegar àquele limite em que só me apetece responder que até podem existir homens muito maus, mas que mulheres como ela são uma merda. Enervam-me estas gajas que não sabem estar sozinhas, que não têm uma ponta de amor próprio, que depositam sua felicidade no facto de terem alguém, que se deitam com o primeiro patife que lhes passa pela frente. Mulheres com uma falta de independência sentimental inacreditável que só fazem disparate atrás de diparate e depois se queixam como se não fossem elas a potenciar o resultado final na maior parte das vezes. Claro está que depois os homens são os culpados...
É fácil estar sozinho? Não, não acho que seja e à muito que o estou. Todos gostamos de partilhar, de nos sentirmos amados...faz parte da nossa natureza, mas procurar isso em cada esquina e fazer depender disso todo o resto, jamais!
Quando assisto a estas coisas tenho muito orgulho naquilo que sou. Tenho orgulho de sentir que todo este tempo, de travessia no deserto , sozinha, me tornou em muito melhor pessoa. Se calhar só uma espécie de camelo que sabe que toda esta travessia é só o caminho para chegar a um qualquer oásis. Sei que o hei-de encontrar e vou perceber que tudo isto valeu a pena. Sei o meu valor , o que tenho para oferecer e sei que tenho de acreditar que vale a pena.
Podem achar que já perdi tempo demais, que sou demasiado exigente ou que até desperdicei oportunidades. Não sinto isso, sinto que estes são os meus valores. Quando olho para aquela senhora, que me chama encalhada, percebo, que mesmo sem os momentos de prazer esporádicos que tem tido, eu sou muito mais feliz. Não lhe têm trazido mais do que insegurança e desespero. Ainda podia aprender, mas não. Está-lhe na natureza a queda para o drama e tragédia. Está-lhe nos genes a burrice de quem se recusa a ver um melhor caminho.
Que a senhora arranje companhia pelo menos durante uma semana, para eu não ter de a aturar, e que o camelo encalhado encontre o oásis, ou não!!!

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