sexta-feira, 11 de março de 2011

Portugal e o triste fado..


Vivo num país virado do avesso...
Um país onde todos os dias nos pedem mais um esforço, um país onde o cinto aperta cada vez mais, tanto que sinto a respiração ficar ameaçada.
Ainda posso dizer que vivo, ainda! É que há os que já só sobrevivem.
Estou entre a "geração rasca" e a "geração à rasca" e confesso que em termos económicos o futuro me assusta. Tenho um emprego que adoro e não posso dizer que me falte (ainda) o básico , mas também não sobra para practicamente nada. Muitas vezes tenho pena de não ter o espírito aventureiro de partir em busca de melhor. Jamais seria feliz longe dos que amo.
Eu costumo dizer que a minha sorte é ter uma predisposição inata para a alegria e relativizar o que realmente não é problema.
Quero ter esperança em dias melhores. Quero que os meus "netos" se possam voltar a orgulhar deste país. E digo "netos" porque nas actuais circunstâncias não vou poder ser mãe.
Quantas vezes, por questões profissionais, tenho de privar com grande parte dos responsáveis desta crise e tenho vontade de lhes perguntar se não têm vergonha de nos tirarem a capacidade de sonhar?!
É que eu teria...
E assim deram cabo de Portugal. Um belo país à beira mar plantado, onde o povo, que outrora lutou, baixou os braços e resignou-se a este triste fado...

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